Chá com a bruxa

Relação entre ciência e religião

Religião x Ciência

  • Religião
    • Reunião dos princípios, crenças e ou rituais particulares a um grupo social, determinado de acordo com certos parâmetros, concebidos a partir do pensamento de uma divindade e de sua relação com o indivíduo;
  • Ciência
    • Reunião dos saberes organizados obtidos por observação, pesquisa ou pela demonstração de certos acontecimentos, fatos, fenômenos, sendo sistematizados por métodos ou de maneira racional: as normas da ciência.

A busca por respostas

  • A ciência busca respostas para fenômenos naturais através do método científico, por exemplo:
    • Mecanismos fisiológicos e psicológicos;
    • Caracterização morfológica e bioquímica das espécies existentes;
    • Evolução das espécies;
    • Saúde física, tratamentos médicos;
    • Relações sociais, econômicas, históricas e políticas nas diferentes sociedades ao longo do tempo;
    • Métodos de desenvolvimento tecnológico e produção industrial;
    • Relação entre as espécies;
    • Controle, prevenção e remediação dos impactos da poluição nos diferentes ambientes do mundo;
  • A religião busca busca explicar fenômenos sobrenaturais e/ou filosóficos como:
    • Motivo da existência humana;
    • Moralidade e ética;
    • As relações entre seres vivos e a(s) divindade(s);
    • Saúde espiritual;
    • Vida após a morte;
    • Sonhos, premonições, manifestações espirituais;

Quais são seus métodos?

  • Embora a religião e a ciência estejam em busca de verdades e investigam fenômenos que influenciam a vida humana, perceba que as áreas de concentração de seus esforços são diferentes. Por isso, também utilizam métodos diferentes para desenvolver suas investigações.
  • Método científico:
    • Envolve observar um fenômeno natural;
    • Criar perguntas sobre aquele fenômeno;
    • Criar hipóteses que possam responder essas perguntas;
    • Realizar experimentos que possam ser repetidos por outras pessoas para tentar provar se alguma das hipóteses são reais;
    • Analisar os resultados dos experimentos;
    • Concluir se a hipótese responde ou não as perguntas sobre o fenômeno natural observado e divulga seus resultados.
  • Método religioso:
    • Envolve observar um fenômeno sobrenatural;
    • Criar perguntas sobre aquele fenômeno;
    • Através de práticas espirituais tentar compreender aquele fenômeno (orações, meditações, oráculos, etc.);
    • Obter ou não conclusões sobre o fenômeno sobrenatural observado.

Todo cientista é ateu? Todo religioso é negacionista?

  • Muitos cientistas de fato são ateus. Acreditam que não existem fenômenos sobrenaturais, apenas fenômenos que ainda não foram explicados com a tecnologia que dispomos no momento. Além disso, acreditam que ter uma religião pode te fazer deixar de investigar muitos fenômenos naturais por achar que dispensam explicações lógicas já que se originariam do espiritual.
  • Muitos religiosos de fato são negacionistas. Acreditam que todos os fenômenos são provenientes do plano espiritual. Que a ciência é uma forma de heresia e falta de fé e que dispor de tecnologias é uma forma de desacreditar do poder do divino e espiritual. Muitas dessas pessoas não tomam vacinas ou não buscam tratamento médico por acreditarem que a fé vai ser suficiente para curá-las. Tomam chás ou fazem aromaterapia ignorando as contraindicações ou as dosagens recomendadas, agem sempre com base em intuição ou inspiração divina.
  • No entanto, existem cientistas que entendem o valor da fé e religiosos que entendem o valor da ciência. E não quer dizer que você precisa ser um cientista religioso para isso. Basta compreender que cada campo tem sua importância e que eles podem ser paralelos ou que podem ter interseções.

O que seria o cientista religioso?

  • Seria uma pessoa que trabalha com a ciência humana, biológica ou exata, mas continua seguindo um caminho espiritual.
  • Você pode ser um cientista que separa completamente os fenômenos naturias dos fenômenos sobrenaturais. Cada um com seus métodos e práticas paralelas, se tem explicação natural, não tem espiritual. No meu caso, eu prefiro ser uma pessoa que acredita que os fenômenos naturais e os fenômenos sobrenaturais possuem interseções.
  • Por exemplo: “Um bolo de chocolate traz alegria.”
    • Do ponto de vista científico, isso ocorre devido a substâncias presentes nos seus ingredientes, como açúcar e chocolate. que ativam neurotransmissores que vão motivar reações que chamamos de alegria.
    • Do ponto de vista religioso bruxesco, o ato de preparar o bolo é relaxante e a união de todos os elementos presentes ali equilibram suas energias e atuam despertando energias alegres em você.
    • Você pode ter uma visão ou outra. Ou você pode ter as duas! Perceba que uma visão não exclui a outra. Você não é menos cientista ou religioso por isso. Você sabe que existem as duas perspectivas e abraça as duas. Não é negacionista ao ponto de achar que neurotransmissores não existem e nem ateu por não acreditar do ponto de vista energético de fazer um bolo.

Considerações finais

  • Tudo em excesso faz mal. Essa máxima vale quando se fala em religião e ciência. Saber que em um ambiente acadêmico, a perspectiva científica será priorizada e em um ambiente religioso, por sua vez, terá a perspectiva religiosa priorizada faz parte de ter bom senso. É preciso entender que em muitas situações você vai ter que agir voltada para um lado ou para o outro.
  • Na política, por exemplo, tendo uma grande diversidade de religões, nada melhor que ela seja laica e não leve os princípios religiosos de apenas uma religião ou um grupo seleto de religões em conta.
  • Na escrita de um trabalho de conclusão de curso ou artigo para uma revista científica, não cabe colocar a sua perspectiva religiosa porque o público quer entender sobre o fenômeno natural observado.
  • É necessário que exista respeito. Pessoas vão acreditar em coisas diferentes. Isso é lindo. Isso é diversidade. Entenda em quais momentos você poderá falar sobre suas perspectivas de mundo sem deixar de ser coerente com o ambiente que você está e suas verdades. E claro, sem desrespeitar ou invalidar o profissionalismo ou a fé de ninguém.
Poção de Amor (1903). Pintor: Evelyn De Morgan (1855-1919). Pode ser também a representação de Giulia Tofana, a cosmetóloga do século XVII que preparava a água-tofana, usada por centenas de mulheres que queriam se livrar dos maridos abusivos. Ela também foi chamada de feiticeira e era um veneno temido por toda a Europa.

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