Na ilha de Rodes foram encontradas estátuas de Hekate e Perséfone adornadas com asfódelos;
A flor parece participar dos ritos dos Mistérios de Elêusis, uma vez que são vistas imagens de Perséfone, Deméter e Dionísio com coras de asfódelos.
Segundo a mitologia grega, que essa planta cinza fantasmagórica dominava a terra dos mortos servindo de alimento para aqueles que já tinham partido para o submundo.
Ao aparecer nas margens de muitos rios gregos, foi utilizada poeticamente para representar as almas dos heróis mortos na guerra de Troia.
Planícies de asfódelos
Homero chamou de deserto de asfódelos a região que os mortos habitam no submundo. Os Campos Elíseos também eram ricos em asfódelos.
Ainda no submundo, o asfódelo era encontrado também na ilha dos Mortos, que ficava no meio do Rio Aqueronte. Esse destino era reservado àqueles que não tinham recebido os ritos funerários adequados. A ilha era governada pela Medusa. Isto colocava essas almas numa espécie de limbo, um estado entre a vida e a morte do qual jamais conseguiriam sair.
O jardim de Hécate no submundo também reservava espaço para os asfódelos.
Perséfone e Hades
Perséfone e Hades estão sentados nos seus tronos no submundo. A deusa segura uma galinha e um feixe de trigo, e o deus uma taça de phiale e uma folha de asfódelo. Seu trono é decorado com um galo.
Galo é um símbolo da masculinidade e sexualidade grega, devido as violentas brigas de galo. Pode indicar um ato sexual ocorrido entre ela e Hades.
Asfódelo (Asphodelus ramosus)
Origem: Europa temperada, Mediterrâneo, África, Oriente Médio e subcontinente indiano.
Outros nomes: rainha-dos-mortos, asphodel (inglês).
Óleo essencial
Foi relatado que parte da planta dos tubérculos da raiz contém principalmente derivados da antraquinona, triterpenóides e derivados da naftaleno, enquanto as partes aéreas exibem principalmente a presença de flavonóides, ácidos fenólicos e poucas antraquinonas.
Existem poucos estudos que comprovem a eficácia do uso de asfódelos na medicina, mas existem indícios de que possuem atividade antimicrobiana e antioxidante.
Cultivo
Ciclo de vida: perene;
Tamanho: 60 a 70 cm;
Luz: meia sombra ou sol pleno:
Substrato: solo bem drenado (1/3 areia e 2/3 orgânico);
Água: rega média;
Plantio: Primavera;
Floração: Primavera e Verão;
Perfumada: Sim;
Propagação por semente e por separação de tubérculos.
Planta de odor desagradável.
Ela cresce espontaneamente em terros abandonados e cemitérios.
Rústica e que requer poucos cuidados, é altamente resistente a pragas. Basta ter cuidado para as raízes não ficarem muito enxarcadas para evitar fungos;
Ela requer vasos profundos devido as suas raízes ramificadas.
Correspondências
Gênero: Feminino
Planeta: Lua
Elemento: Água
Tarot: A Morte
Pode ser usada na necromancia.
Honra aos deuses Hades, Perséfone e Hekate.
Cozinha mágica:
Tubérculos comestíveis;
As suas raízes, assadas, misturadas com figos, eram usadas na antiguidade como refeição servida quando do falecimento de alguém nos banquetes fúnebres.
Devido a uma enzima chamada asfodelina que é tóxica para humanos, o consumo não é estimulado.
Outros usos:
Um jarro com a planta em natura;
Defumação com a erva;
Banho mágico com a erva;
Sachê com a erva para usar como amuleto;
Óleo essencial na aromaterapia ou produtos estéticos.
Malmir, M., Serrano, R., Caniça, M., Silva-Lima, B., & Silva, O. (2018). A comprehensive review on the medicinal plants from the genus Asphodelus. Plants, 7(1), 20.