Herbário

Babosa

Babosa da imortalidade

  • A babosa ou Aloe vera é uma planta suculenta da família Xanthorrhoeaceae. O gênero Aloe (do grego alóe, do árabe alloeh, do hebraico halal, que significa substância amarga e brilhante) possui mais de 400 espécies, onde Aloe vera (vera, verdadeiro) e na literatura científica é sinônimo de Aloe barbadensis.
  • Ela cresce selvagem em climas tropicais ao redor do mundo e é cultivada para fins medicinais e cosméticos. Também é utilizada para fins ornamentais cultivada em jardins ou jarros.
Babosa (Aloe vera ou Aloe barbadensis).
  • Junto da Aloe vera ou Aloe barbadensis, existe outra espécie de Aloe conhecida por suas propriedades medicinais é o Aloe arborescens. Ela é comumente conhecido como polvo. Com flores amarelas, vermelhas ou laranjas, suas folhas crescem em forma de roseta, alongadas e carnudas como as do Aloe vera. Ao contrário do resto das espécies de Aloe, cresce em forma de arbusto, atingindo 4 metros de altura. Quanto às propriedades, compartilha com o Aloe vera os benefícios no tratamento de queimaduras e sua eficácia na cicatrização. É muito utilizada na jardinagem porque cresce muito rapidamente. Também é conhecida pelas suas propriedades antitumorais.
Diferentes espécies conhecidas como babasa: Aloe vera (esquerda) e Aloe arborescens (direita).

História

  • A história da babosa demonstra a sua importância ao longo dos séculos. Há 3600 anos a Aloe vera é usada como alimento ou cosmético em sistemas tradicionais de saúde.
  • Seu uso remonta a pelo menos 2.200 AEC, quando os egípcios representavam a planta nas paredes dos templos e de tumbas de faraós.
  • O papiro de Ebers, do Antigo Egito, datado de aproximadamente 1550 AEC, relatou a fabricação de elixires de longa vida contendo o suco de Aloe vera.
  • Conta-se que Makeda, a rainha de Sabá, no século X AEC, usava azeite balsâmico com suco de Aloe vera nos cuidados da pele e cabelos, prática também supostamente realizada por Cleópatra (69 – 30 AEC) e Nefertiti (1370-1 330 AEC).
  • A menção de efeitos benéficos também foi encontrada nos inscritos de Hipócrates e Alexandre, o Grande que teria sido persuadido por Aristóteles a curar seus soldados com a planta.
Aloe vera pode ser encontrada retratada em antigas paredes egípcias.
  • A Bíblia faz referência a Babosa em diversas passagens, classificando seu valor durante a época do rei Salomão como igual ao de especiarias raras. Os maometanos também reverenciavam a planta, usando-a como símbolo da sua religião. Dioscurides elogiou a Babosa por seus benefícios curativos e cosméticos, especialmente por aliviar a pele seca e por suas propriedades de limpeza interna.
  • Cristóvão Colombo carregou a Babosa em suas aventuras colonizadoras, tratando ferimentos e compartilhando seu valor com o novo mundo. Neste ponto, acredita-se que a planta já tenha se espalhado do Egito para a Índia, China e Oriente Médio. A afinidade da Babosa pelo calor impediu-o de crescer bem em todo o Norte da Europa, embora seja um componente importante da fórmula do Swedish Bitters. Este tônico restaurador foi criado a partir de uma mistura que se acredita ter sido desenvolvida por Paracelso e reintroduzida no mundo por médicos suecos.

Gel de babosa

  • O gel da babosa é onde estão boa parte dos nutrientes encontrados na planta e utiliza. Antes de fazer a utilização de qualquer erva, faça um teste de alergia, colocando uma pequena quantidade na pele e aguardando para ver se tem alguma reação adversa.
  • O gel de babosa é muito versátil, ele pode ser utilizado em feridas em processo de cicatrização, irritações de pele e como hidratante misturado a máscaras de cabelo ou cremes para pele.
  • Para retirá-lo, você precisa:
    • Obter uma folha da babosa adulta, com mais de 3 anos, de preferência. Se você mesmo for cortar uma folha, utilize uma faca limpa.
    • Lave bem a folha para remoção da terra.
    • Corte as bordas espinhentas da folha com uma faca para não se machucar.
    • Em uma pia, deixe escorrer por cerca de 1 hora, para remoção da aloína presente em folhas porque é um líquido amarelo que pode ser irritante e tem cheiro desagradável.
    • Com a faca, retire uma das cascas verdes.
    • Utilizando uma colher, retire o gel raspando ele e transfira para um recipiente limpo e seco.
    • Você pode bater no liquidificador para o gel ficar mais fácil de misturar em outros produtos cosméticos.
    • Armazene na geladeira e utilize em até uma semana. Apenas utilize se o gel estiver com aspecto totalmente transparente e limpo.
  • Uma opção de uso da babosa é fazer cubos de gelo do gel e depois passar no rosto para atuar como um anti-inflamatório e calmante.
  • O uso da babosa também pode ser feito colocando o gel para potencializar a hidratação de produtos cosméticos para a pele e cabelo.
Gel de Babosa.

Babosa (Aloe vera)

  • Origem: norte da África.
  • Outros nomes: Aloe vera, aloe-chinês, aloe-indiano, aloe-real, aloe-de-Barbados, aloe-de-queimadura.
  • Possui tronco com cerca de cinquenta folhas suculentas, carnudas, cerosas, de cor verde, com margem serrada e levemente espinhosa, com o formato de lanças que crescem numa formação de roseta. Suas folhas podem crescer até 75 cm e a pesar até 2,3 kg.
  • O vegetal cresce durante anos até que suas forças vitais longamente acumuladas explodem no verão, com veemência, numa inflorescência ereta. A haste floral de meio metro sustenta uma espiga densa de flores amarelo alaranjadas pendentes, que produzem frutos ovóides, com cápsula triangular contendo sementes aladas.
Desenho botânico da Aloe vera.
Tipos de inflorescências. A inflorescência da babosa é tipo espiga.

Usos medicinais

  • A babosa está descrita em matérias médicas homeopáticas e pela botânica antroposófica (misto entre fé e religião). Além de medicamento, tradicionalmente tem sido usada como alimento (suco) há mais de três mil anos.
  • Da região central das suas folhas, a epiderme apresenta a seiva bruta contida em túbulos, dando origem a uma substância mucilaginosa composta principalmente por polissacarídeos, que é denominada gel de Aloe vera. As principais atividades biológicas atribuídas ao gel são: antimicrobiana, antioxidante, anti-inflamatória, imunomoduladora, cicatrizante, hidratante, dentre outras. Seu uso em cosméticos justifica-se devido a algumas atividades biológicas evidenciadas, com destaque para as propriedades hidratantes, antioxidante, anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana.
  • As folhas apresentam também um exsudato amarelado que é formado principalmente por derivados antraquinônicos, como a aloína (que existe também no ruibarbo, sena e frângula), a emodina, pigmentos, substâncias inseticidas e conservantes.
Babosa.
  • Alguns institutos internacionais têm padronizado o que é (e o que não é) Aloe vera em produtos acabados. O IASC (International Aloe Science Council, Conselho Internacional de Ciência de Aloe, uma organização norte-americana sem fins lucrativos) estabelece que apenas produtos que contenham acemanano, ou o beta 1-4 glucomananas acetilados, podem ser rotulados como Aloe vera.
  • Acemanano é um polissacárido de ocorrência natural que está presente na Aloe vera e é usado como um identificador por meios analíticos. Segundo a Farmacopeia Brasileira a droga vegetal constituída pelas folhas frescas de Aloe vera é identificada em percentagem de carboidratos totais.
  • A substância amarga aloína, que tem efeito laxativo (irrita sistema digestório), deve ser removida pelos fabricantes durante o processamento da matéria prima e o IASC padroniza em menos de 10 ppm (partes por milhão) de aloína para produtos de consumo oral, e 50 ppm para cosméticos (uso tópico).
  • Tradicionalmente o suco de Aloe vera é feito removendo-se a casca verde, por máquina ou manualmente, e enxaguando-se o látex. O material gelatinoso remanescente, que é a parte interna da folha, é então exprimido ou prensado. Dessa forma, o suco não terá o sabor amargo atribuído à aloína.

Cultivo

  • Ciclo de vida: Perene.
  • Tamanho: Folhas de cerca de 75 cm, tendo troncos que podem ter cerca de 50 folhas. Se for plantas várias mudas, é preciso deixar espaços de 1×1 m. Os jarros precisam ser médios ou grandes para a planta se desenvolver totalmente, apesar de poder ficar um bom tempo vasos pequenos.
  • Luz: Sol pleno.
  • Substrato: Solo bem drenado.
  • Clima ideal: Poucas exigências, mas se adapta melhor ao cerrado brasileiro.
  • Água: Não precisa de muita água, é acostumada com ambientes áridos.
  • Propagação: a planta-mãe costuma criar brotos periodicamente, a retirada desses brotos manualmente e o replantio é a forma mais eficiente de propagação.
  • Observações gerais:
    • Espere pelo menos 1 ano para o corte das folhas, mas o ideal é fazer a colheita com mais de 3 anos do plantio. Busque as folhas mais velhas da base da roseta e não do centro.
    • Todos os equipamentos que mantêm contato com as folhas e gel devem ser de aço inox, para evitar oxidação (ferrugem).
Mudas de babosa.
Plantações de babosa.

Correspondências mágicas

  • Gênero: Feminino/Masculino.
  • Planeta: Marte/Vênus.
  • Elemento: Água.
  • Tarot: Imperador, A Morte, A Temperança.
  • A babosa é como um espada protetora e curativa. Apesar de seus aspectos físicos apresentarem características e aspecto agressivo de plantas masculinas e regidas por Marte, os seus aspectos curativos e seu interior são femininos e regidos por Vênus.
  • Esse misto de feminino e masculino torna a babosa uma planta muito especial para ser trabalhada magicamente. É muito valioso ter essa planta na sua casa, ela vai ajudar na proteção do ambiente e também na cura de seus moradores.
  • Ela não gera um processo de cura suave, mas uma cura necessária e muitas vezes dolorosa.
Babosa.

Usos mágicos

  • Rituais:
    • Oferenda para Koré-Perséfone, deuses de guerra e envolvidos com a realeza.
    • Ela pode ser utilizada na cura de maldições e padrões de comportamento tóxicos.
    • Ela pode ser exposta no seu altar para auxiliar em processos de competições e lutas difíceis de serem superados.
    • Sempre que for remover o gel da babosa para fins culinários ou estéticos, você pode abençoar o produto para que todas as vezes que utilizar, você sinta a energia de cura dessa planta. Você inclusive pode ter um creme de cabelo consagrado pela Babosa para curas de pensamentos depressivos ou tóxicos.
    • Todo o processo de remoção do gel pode ser feito de maneira sagrada, com músicas e ser ritualizado. Sinta-se mergulhando no oceano ao remover o gel.
Babosa.
  • Cozinha mágica:
    • Se for usado para consumo, uma opção é fazer cubos de gelo do gel e adicionar em bebidas. Não deve ser consumido mais de 30 mL do gel. Certifique-se que a aloína foi totalmente removida, porque ela é tóxica.
Babosa em cubos de gelo.

# As informações aqui não substituem a consulta médica.

Referências

  1. Parente, L. M. L., Carneiro, L. M., Tresvenzol, L. M. F., & Gardin, N. E. (2013). Aloe vera: características botânicas, fitoquímicas e terapêuticas. Arte Méd Ampl33(4), 160-4.
  2. Robson, M. C., Heggers, J. P., & Hagstrom, W. J. (1982). Myth, magic, witchcraft, or fact? Aloe vera revisited. The Journal of Burn Care & Rehabilitation3(3), 157-163.
  3. Aloe vera. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Aloe_vera> Acessado em 10/12/2023.
  4. Como plantar a babosa. Disponível em <https://globorural.globo.com/vida-na-fazenda/como-plantar/noticia/2018/04/como-plantar-babosa.html> Acessado em 10/12/2023.
  5. History of Aloe. Disponível em <https://www.thealoesource.com/history-of-aloe/> Acessado em 10/12/2023.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

treze − três =

error: O conteúdo é protegido!