Expressão usada para bruxas que não se sentem livres para assumir abertamente para a sociedade sua opção espiritual. Esse termo foi um empréstimo da expressão “sair do armário” usada pelos grupos LGBTQIA+ e muito tem haver com o medo de assumir a sua sexualidade.
Esse medo de assumir ser bruxa pode ter várias origens, por exemplo:
Medo de uma reação negativa da família por terem religião tradicional como cristã, islâmica, budista, etc.;
Intolerância religiosa por parte de vizinhos e conhecidos;
Medo de ser excluída de círculos de amigos;
Medo de ser ridicularizada ou ser comparada com filmes de fantasia infantis de forma perjorativa;
Estar no armário pode fazer você se sentir segura, já que ninguém sabe que você é bruxa, não precisa enfrentar olhares tortos ou julgamentos de conhecidos ou pessoas pela rua.
O processo de saída do armário de vassouras pode ser rápido para algumas pessoas ou demorar anos para outras. Envolve superar inseguranças e o desenvolvimento de auto-estima. Inclusive pode requerer terapia com um profissional da psiciologia. Não se sinta pressionada a nada. Fique no armário o tempo que achar necessário. É preciso criar uma certa armadura porque as pessoas podem ser cruéis quando querem.
Alguns motivos de ser discreto na prática espiritual:
Dependência financeira dos pais ou parentes;
Dividir casa com pais ou colegas de trabalho intolerantes;
Poder perder o emprego, caso assuma a sua espiritualidade;
Ter risco de vida, caso assuma a sua espiritualidade.
Trabalho em ambiente com muitas pessoas intolerantes ou céticas.
Motivos para sair do armário
Não se importar com o que os outros acham sobre você, principalmente desconhecidos, é um avanço que pode demorar anos. Até mesmo quando pensamos que isso não nos afeta mais, podem ocorrer episódios que nos deixam mal, então é algo que deve ser trabalhado continuamente.
Aqui vão alguns exemplos do quanto é bom não estar no armário:
As pessoas que te amam estão sendo privadas de uma parte muito importante de você. Será que faz sentido manter relações com pessoas que não respeitam a sua opção religiosa?
A nossa espiritualidade envolve festivais, comida gostosa, oráculos e muita dica de harmonização energética. É muito bom poder falar um “Feliz Yule” para quem você ama, poder dar um bolo de alegria para um amigo ou poder indicar um banho de limpeza quando alguém fala que está se sentindo pesado. Um amigo confuso? Vamos para o tarot.
É muito bom poder ter um altar fixo e decorações bruxescas pela casa e não ter medo ou vergonha de trazer visitas.
Poder usar um pentagrama livremente sem ligar de pensarem que você é uma adoradora do diabo.
Agir sem amarras. Usar roupas com estampas de bruxas e afins, poder expor uma parte de um ritual que te marcou muito, colocar música pagã em volume alto na sua casa, fazer uma meditação em ambiente público como uma praia.
Magia discreta
Você pode praticar a sua bruxaria de forma discreta. Existem muitos métodos na internet para auxiliar nesse processo. Seguem alguns exemplos:
Ter um altar móvel que seja desenhado em um caderno, uma foto no celular ou dentro de uma caixa;
Faça chás de acordo com a sua intenção;
Realize purificações com encantamentos durante o banho e enquanto faz a faxina da sua casa;
Use sabonetes e cremes de ervas;
Faça sigilos na sua pele com o creme hidratante;
Realizar rituais quando todos estiverem dormindo ou fora de casa;
Usar cristais como amuletos em joias ou no ambiente;
Usar a magia das cores nas roupas que for usar para atrair a energia desajada;
Usar fones de ouvido para ouvir meditações guiadas ou músicas mais animadas;
Colocar uma fotografia de uma paisagem linda na mesa do seu trabalho;
Presentear com plantas correspondentes com as energias que deseja para a pessoa;
Fazer receitas mágicas e falar discretamente: Quer um pedaço desse bolo? Fiz ele porque estava precisando me alegrar.
Se você já saiu do armário de vassouras, ajude seus amigos que continuam lá falando de suas histórias e de métodos que encontrou para enfrentar essa situação. De forma alguma seja mais uma pessoa julgadora.
Tenha bom senso: se já saiu do armário de vassouras não tem problema ter uma pedra de ônix na mesa do escritório ou uma foto da natureza em um porta retrato perto do seu computador. No entanto, não significa que você vai oferecer um banho de ervas no meio do seu ambiente de trabalho ou fazer uma tiragem de tarot na mesa de reuniões para decidir um projeto. É preciso bom senso e saber quando e onde pode falar da sua espiritualidade.
Escolha bem as palavras para descrever a sua espiritualidade. Você pode falar de maneira simples e clara. Não precisa criar mistérios ou usar termos que compliquem demais. Veja com quem está falando e seu nível de interesse e decida se acha necessário detalhar ou não.
Você é livre para ser mais reservada ou para expor mais a sua prática religiosa. Escolha o que te faz se sentir melhor. Tem lugares e pessoas que dão preguiça de começar uma conversa sobre isso e tudo bem se resguardar.