O gato doméstico é um mamífero da espécie Felis silvestris catus. Eles são felinos, predadores e carnívoros. Eles se alimentam de roedores, pássaros, lagartixas e alguns insetos.
Os gatos adultos variam entre 2,5 e 12 kg e podem viver cerca de 20 anos, em boas condições de tratamento, sendo que em condições de abandono, a expectiva de vida é de 3 anos. Eles ficam gestantes por 57 a 68 dias.
Curiosidades sobre os gatos
Os gatos são o segundo tipo de animal de estimação mais popular no mundo, perdendo em números com os peixes.
Os gatos de três cores (branca, preto e amarelo) normalmente são fêmeas devido a distribuição genética das cores terem ligação com os cromossomos sexuais. Uma vez que fêmeas são sempre XX e machos XY, a única combinação que gera gatos de 3 cores, é um XX com um dos X vindo de um pai ou mãe preto e outro de um pai ou mãe bicolor. Como os machos só tem uma cópia do X, eles só conseguem ter duas cores, nunca três.
Existem estudos que demonstram que pessoas que possuem gato tem 30% menos chances de morrer de infarto. Provavelmente devido a diminuição do estresse por ter um animal de estimação.
A contagem de raças de gatos varia de acordo com os critérios do comitê que faz essa avaliação. Podendo variar de 15 a 71 raças diferentes de gatos domésticos.
Simbologia dos gatos
Os gatos possuem relação com diferentes divindades de diferentes culturas e panteões.
No panteão egípcio, os gatos foram associados a deusa Bastet e a deusa Ísis. Quando o gato doméstico morria no Egito Antigo, ele era embalsamado e toda a família se entristecia e raspava as sobrancelhas em homenagem a eles.
No panteão celta, a deusa Ceridwen tem relação aos gatos, uma vez que seu filho Taliesin teria sido um gato de cabeça sarapintada em uma de sua reencarnações.
No panteão nórdico, os gatos são associados a deusa Freya, que tinha dois gatos puxando sua carruagem. Eram deixadas tigelas de leite nas plantações para os gatos das deusas se alimentarem.
Deusa Freya.
Entre os gregos e romanos antigos era raro ter gatos domésticos, tendo registros de gatos domésticos no sul da Itália do século V AEC. O sincretismo entre Bastet e Ártemis, levou a simbologia dos gatos para a deusa grega. Nas Metamorfoses de Ovídio, a deusa Diana se transforma em um gato.
Na China, durante a dinastia Song, os gatos eram os animais de estimação preferido e tinham peixes que eram vendidos especificamente para gatos.
No Islã, os gatos são considerados sagrados, inclusive existem afirmações de que Maomé teria um gato favorito, o Muezza.
Maneki Neko
Literalmente significa “o gato que convida”, mas também é conhecido como o gato da sorte ou gato do dinheiro.
Ele é uma escultura oriental de cerâmica, tradicionalmente de um gato bobtail japonês, que acena com uma pata levantada. Ela é muito utilizada em estabelecimentos comerciais e escritórios. Algumas delas fazem o movimento de balançar a pata.
A pata direita levantada atrai dinheiro e a esquerda atrai clientes. Existem diferentes simbolismos para cada cor que o gato possuir.
A coleira vermelha com um sino na estátua remete a costumes do período Edo (1603-1867) sendo um símbolo da aristocracia. As damas da corte colocavam coleiras vermelhas com um sino feita de um tecido de luxo da época, o chirimen.
Algumas esculturas também seguram um koban, a moeda de ouro ovalado do período Edo. É uma moeda fictícia, já que um koban vale apenas um ryo e o koban da estátua de um Maneki Neko vale 10 milhões de ryo. Isso simboliza a fortuna, riqueza e prosperidade.
Na mitologia japonesa, os gatos também são associados entidades sobrenaturais ou kaibyō (かいびょう, “gato estranho”) . Também existem pequenos santuários para gatos no meio da ilha de Tashirojima, na prefeitura de Niigata e na entrada da cidade de Kyotango em Kyoto.
A Hello Kitty, criada por Yuko Yamaguchi, estreou em 1974 e se tornou um marco da cultura japonesa.
O gato na Rússia
Eram considerados animais de boa sorte entre os russos há séculos. Era recomendado que todos possuíssem um gato e que ele fosse o primeiro a entrar em uma casa nova.
No cristianismo ortodoxo russo, os gatos são os únicos animais que podem entrar na igreja.
Existem multas enormes para quem matar um gato, cavalo ou boi.
São mantidos muitos gatos no Museu Hermitage / Palácio de Inverno desde o reinado da Imperatriz Elizabeth, quando ela foi presenteada pela cidade de Kazan com cinco gatos para controlar a população de roedores. Atualmente existem cerca de 74 gatos de ambos os sexos no palácio.
O gato de botas
É um conto publicado em 1697, criado pelo francês Charles Perrault, que também é autor de Chapeuzinho Vermelho, Cindera e A Bela Adormecida.
Na história um menino ganha um gato de herança de seu pai. Graças a astúcia de seu gato, o menino consegue conquistar a mão de uma princesa em casamento, convencendo um rei muito poderoso que ele pertencia a um figalgo chamado Marquês de Carabás.
Em outras versões do conto, o gato de botas poderia ser um cavaleiro enfeitiçado que precisaria trazer fortuna a um humano para quebrar sua maldição. Em outra versão, ele seria um escravo que deveria conseguir a mão de uma princesa para seu amo para se libertar das correntes.
A demonização do gato preto
Na Idade Média, os gatos que simbolizavam muito Ártemis, passou a ser símbolo da Virgem Maria, da Anunciação e da Sagrada Família.
A Sagrada Família, com o jovem São João Batista, um gato e dois doadores.
Durante o inicio do período moderno o termo grimalkin (ou greymalkin) foi associado ao diabo e à feitiçaria. Ele é um termo arcaico para gato, vindo de uma lenda escocesa onde os grimalin eram um gato feérico que habitava as terras altas. Muitas mulheres foram acusadas de bruxaria e mortas na Inquisição por serem acusadas de terem um grimalkin. Inclusive os gatos eram queimados juntos com as bruxas ou jogados de prédios.
Em uma das diversas bulas publicadas pelo papa Gregório IX, na bula chamada “Vox in Rama”, de 13 de junho de 1233, ele determinou que os gatos fossem exterminados por serem a encarnação de Satanás. Essa paranóia levou a diminuição da população de gatos e aumento da propagação da Peste Negra transmitida por pulga de roedores contaminados.
Os gatos eram considerados desrespeitosos porque não bajulam os humanos como os cachorros.
Os grimalkin foram utilizados em diferentes obras como:
“Beware the Cat” (1570), de William Baldwin;
Macbeth (1606), de William Shakespeare, onde um grimalkin ajuda três bruxas a olhar o futuro de Macbeth.
The House of the Seven Gables (1850), de Nathaniel Hawthorne, onde o narrador se questiona se é um gato olhando para um rato ou o diabo procurando uma alma.
Wuthering Heights, de Emily Bronte;
A imagem da bruxa feia, malvada e velha acompanhada de um gato preto e espíritos malignos permanece no imaginário popular. Isso leva as pessoas a associarem o gato preto ao azar, gerando violências contra gatos pretos próximos de sexta-feira 13 e do dia das bruxas no dia 31 de outubro.
Um cartão postal do Dia das Bruxas do início dos anos 1900 com uma bruxa, um gato preto e espíritos.
O conto “The Black Cat” de Edgar Allan Poe foi publicado em 19 de agosto de 1843. Neste conto, muitas surpestições são evocadas, inclusive que os gatos pretos são bruxas metamorfoseadas. O gato preto da história se chama Pluto, em alusão ao deus romano do submundo.
Temos muitas obras de animação com gatos que tentam suavizar essa visão demoníaca dos felinos, como Frajola, Tom & Jerry, Comichão e Coçadinha, Hello Kitty, Gato Félix, Manda Chuva,
Gatos na bruxaria hoje
Os gatos são excelentes companheiros de bruxas, auxiliam no aterramento de energias após rituais, bastando fazer carinho neles.
Eles também são ótimos protetores contra energias indesejadas e alertam a presença de espíritos.
Você pode utilizar os bigodes dos gatos que caem naturalmente como amuletos de proteção e potencializadores de feitiços.