Ciclicidade,  Rainha & Donzela

Ciclo de Perséfone

Ciclicidade

  • É uma característica de algo que se se repete a cada ciclo ou período.
  • Na bruxaria por ser um caminho espiritual que busca uma conexão com a natureza, observar os padrões energéticos e fenômenos que estão ocorrendo, é algo fundamental da nossa prática.
  • Registrar em um caderno o que estamos observando na natureza e como estamos nos sentindo, pode nos revelar padrões de comportamento, fisiológicos e energéticos.
  • Como as portas do paganismo se abriram por meio da Wicca, a minha relação com Perséfone me fez integrar os ciclos da Deusa na minha prática de observação da natureza. Aqui mostro uma interpretação minha da Deusa em seus ciclos de subida e descida do submundo.

Ciclos de Perséfone

  • Como eu comecei na bruxaria através das fontes da Wicca e do neopaganismo moderno, eu sempre celebrei a Roda do Ano. As energias lunares e planetárias sempre foram lembradas como potencializadoras de magias e feitiços. 
  • Quando inicei a minha prática mágica com Perséfone, percebi muitas correlações de suas energias com os rituais que já praticava. Até o momento, eu consigo ter duas interpretações de suas energias comigo, uma anual e outra mensal. 
  • Na visão anual, vejo o movimento de subida (Anábasis) e descida (Katábasis) da Deusa muito relacionado com as estações. Onde a fase clara teria relação com a presença dela na superfície e a fase escura com a presença dela no submundo.
  • Na visão mensal, vejo a presença dela nos ciclos de morte e renascimento que ocorrem durante o ciclo menstrual. 
Ciclo de descida e subida de Perséfone.

Superfície 

  • Koré está com sua mãe Deméter.
  • A fase na superfície inicia na Primavera com a chegada de Koré do submundo. Com ela, a alegria de Deméter retorna o que favorece a fertilidade da terra. 
  • Neste tempo, Koré está livre nas campinas com suas amigas ninfas oceânides e as deusas virgens Palas e Ártemis.  As energias são joviais, expansivas e criativas.
  • Na minha prática comemoro Primavera e a chegada de Perséfone na superfície como energias complementares. O fescor retorna finalizando o período do inverno. Cheio de alegria e fertilidade.
  • O verão marca o ápice das energias fertilizantes de Deméter e sua alegria por estar com sua filha. O término dessa fase é marcado pelos Mistérios Maiores, no final do Verão, onde a despedida é anunciada.

Submundo

  • Perséfone está com Hades.
  • A fase no submundo inicia no Outono, quando Koré é raptada por Hades. O declínio das energias expansivas começa a medida que a tristeza de Deméter aumenta.
  • Na minha prática, comemoro Mabon, Outono e a descida de Koré como energias complementares. Busco trabalhos de autoconhecimento e conexão íntima. 
  • Em Samhain, a descida se completa, o romã é provado, as novas atribuições são recebidas e Koré se torna Perséfone, sendo coroada como Rainha do Submundo. As energias são introspectivas, com trabalho com as sombras, necromancia e oráculos.
  • No Inverno, Perséfone já está acostumada com o submundo, está dando várias lições de empoderamento e reflexões sobre suas sombras.
  • Essa fase termina com os Mistérios Menores, no final do Inverno, onde ocorrem as iniciações e a subida de Perséfone para renascer como Koré.

Personalização

  • Na minha prática mágica, eu costumo agir bastante intuitivamente. 
  • No entanto, gosto de ter datas para guiar, organizar e planejar a minha prática mágica. Resumidamente:
  • Fase Anual Clara – Koré está na superfície junto de sua mãe Deméter. Estudo principalmente herbalismo, magia sexual, autoestima e cristais.
    • Primavera (Ostara) – Mistérios Menores para a subida de Perséfone que chega na superfície jovem e inocente. Busco pelo aspecto de Koré e despertar a minha criança interior. Epítetos: Anthesphoria (florescente), Deione (filha de Deméter), Eratoplókamos (possui cachos no cabelo), Eatoplocamus (possui lindas mechas de cabelo), Koré (donzela), Leukolenos (de braços brancos), Protógona (primogênita), Tanúsfuros (de finos tornozelos);
    • Ápice da Primavera (Beltane) – Koré está nas campinas em êxtase com suas companheiras ninfas e deusas virgens como Ártemis e Athenas. Busco por magia magia sexual e autoestima. Epítetos: Biodotis (doadora da vida), Despina (amante), Melissa (abelha), Melitôdês (doce como o mel), Perikalle (belíssima), Potheiní (amada), Ploútonos polutime dámar (esposa de Plutão), Pyr Diós (fogo de Zeus), Thesmophoros (aquela que traz a luz);
    • Verão (Litha) – Koré e Deméter estão em seu auge de fertilidade. Busco por feitiços de prosperidade e autoestima. Epítetos: Biodotis (doadora da vida), Euphenges (brilhante), Karpophoroi (frutífera), Pherseis (a que alimenta), Pyr Diós (fogo de Zeus), Pyrphóros (portadora do fogo), Selasphoros (portadora da luz);
    • Ápice do Verão (Lammas) – Deméter cede muito de seu poder para fazermos nossas colheitas de grãos. Com isso, o festival é de agradecimento e devoção a Deméter. Epítetos: Dadoukhos (portadora da tocha), Lucífera (portadora da luz), Eleusinia (de Elêusis), Karpophoroi (frutífera), Kokkoka (dos grãos), Mysteria (dos mistérios), Pherseis (a que alimenta);
  • Fase Anual  Escura – Perséfone está no submundo junto de Hades. Estudo principalmente ritos de passagem, ancestralidade e necromancia.
    • Outono (Mabon) – Mistérios Maiores para a descida de Koré que chega no submundo e se torna Perséfone. Hécate auxilia com sua transformação e aprendizado. Epítetos: Adzesia (a que faz secar), Azêsia (frutos secos), Potnia Theron (senhora das feras);
    • Ápice do Outono (Samhain) – Koré termina a sua transição para Perséfone ao comer a romã. Agora os assuntos que ela trata são relacionados ao submundo. Epítetos:  Agaue (ilustre, sagrada), Ánassa (rainha), Averna (do submundo), Basileis (realeza, princesa, rainha), Brimô (assustadora), Chthonia (da terra), Keroessa (de chifres), Juno Inferna (Rainha do Inferno), Melainis (negra como a noite), Nyctipolus (noturna), Ovrímo (forte), Paraxidikê (executora da justiça), Phones (a que aniquila), Potheiní (amada), Potnia Theron (senhora das feras), Stygia (de Estige);
    • Inverno (Yule) – Energias de transição entre morte e vida. Epítetos: Biodotis (doadora da vida), Kourotróphos (criadora de crianças), Keroessa (de chifres), Dáeira (sábia), Daifron (prudente), Epaine (terrível), Brimô (assustadora), Juno Inferna (Rainha do Inferno), Katakhthonion basileia (Rainha do submundo), Kedné (confiável), Hagnê (sagrada), Megala Thea (grande deusa), Nyctipolus (noturna), Ovrímo (forte), Paraxidikê (executora da justiça), Perífron (prudente, sensata), Phones (a que aniquila), Potheiní (amada), Ploútonos polutime dámar (esposa de Plutão), Pótnia (senhora), Potnia Theron (senhora das feras), Soteira (salvadora), Semne (reverenciada), Stygia (de Estige), Thesmiê (da lei);
    • Ápice do Inverno (Imbolc) – Purificações para preparar a subida de Perséfone e energias nutridoras de mãe. Epítetos: Dadoukhos (portadora da tocha); Eleusinia (de Elêusis), Herkyna (da câmara de pedra), Lucífera (portadora da luz), Mysteria (dos mistérios), Soteira (salvadora);

Fases Mensais da Lua

  • Busco as energias lunares em relação ao meu ciclo menstrual e adapto essas energias para potencializar feitiços e a jardinagem.É equivalente a um ciclo anual de Perséfone em um mês, focando nas nossas transformações como ser humano.

Semanalmente 

  • Potencialização de feitiços com dias planetários, signos e o momento do dia (dia ou noite). Prática devocional diária e semanal.
Personalização do ciclo de Perséfone com a Roda do Ano e os ciclos lunares.
Roda do Ano Solar para Héspera com o festival na Wicca equivalente entre parênteses.

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