Herbário

Cevada

Cevada

  • Cevada (do grego Krithê), é uma gramínea, sendo a quinta maior fonte de alimento para pessoas e animais.
  • Foi um dos primeiros grãos a serem domesticados, estando presente desde o Crescente Fértil, na Ásia Ocidental, no nordeste da África, datando há mais de 8000 anos AEC.


Deméter e o Kykeon

  • No sexto dia dos Grandes Mistérios de Elêusis, o jejum dos iniciados é quebrado tomando o kykeon (do grego “misturar”, “mexer”) para facilitar a compreensão da vida e morte.
  • É uma bebida citada no Hino Homérico II a Deméter, não se tem a composição totalmente conhecida, mas cita-se que é um fermentado de cevada e aromatizada com menta ou tomilho.
  • Na Ilíada (livro XI) é indicada como uma mistura de água, cevada, ervas e queijo de cabra moído.
  • Na Odisséia (livro X) é mencionada quando a feiticeira Circe utiliza a bebida com mel em uma poção.
  • Já no Império Romano, a bebida era comum e feita com água, vinho, mel e cevada.
  • É possível que tenha um fungo chamado ergot (ou esporão do centeio), da espécie Claviceps purpurea comum em grãos. Esse fungo produz alcalóides que levam a produção artificial da dietilamida do ácido lisérgico (LSD) que é uma droga alucinógena. Essa substância gera um efeito de supervirgilância e alucinações no cérebro por inibir a liberação de serotonina.

Então, Metaneira deu a ela um cálice cheio de vinho doce como
mel, mas Deméter o recusou, pois disse que não lhe era lícito
beber vinho tinto, e pediu que cevada e água
lhe desse para que bebesse, misturados com leve hortelã.
Após preparar a mistura, ofereceu-a à deusa, como pediu.

Pedido de Metaneira para Deméter (Hino Homérico II a Deméter)


Metamorfose Askalabos

“Ela [Deméter] procurou sua filha [a Perséfone sequestrada] ainda desde o nascer do sol até o pôr do sol hora após hora. Ela estava cansada e com sede, pois nenhuma primavera havia molhado seus lábios, até que ela por acaso viu uma pequena cabana coberta de palha e bateu em sua porta baixa; então uma velha velha saiu e olhou para ela, e quando ela pediu água trouxe uma bebida doce com sabor de cevada, e, enquanto ela bebia, um menino atrevido de rosto atrevido parou e riu e a chamou de gananciosa Ela, com raiva, jogou a bebida inacabada com todos os grãos de cevada em seu rosto. Suas bochechas saíram em pontos, e onde seus braços estavam, pernas cresceram; uma cauda foi adicionada aos membros alterados e, em seguida, para manter seu poder de pequena travessura, ele encolheu até ficar menor que um lagarto. A velha, espantada, em lágrimas, abaixou-se para tocar a criatura changeling, mas ela fugiu para encontrar um esconderijo. Tem um nome para combinar com sua pele colorida… uma salamandra manchada de estrelas.”

Local: Perto de Elêusis, Ática (sul da Grécia) – Ovídio, Metamorfoses 5. 444 ss (trans. Melville) (épico romano século 1 AEC a século 1 EC)
  • Esta história também aparece em Metamorfoses 24 de Antoninus Liberalis (atualmente não citado aqui).
Ceres ridicularizado por Ascalabus. Artista: Adam Elsheimer (1562).

Deus Beowa

  • Também chamado de Beaw, Bēow [beːow], Beo ou Bedwig;
  • Seu nome significa “cevada” em inglês antigo.
  • É um deus nórdico que tem por função a supervisão do ciclo agrário, principalmente as colheitas de cevada e milho.
  • Ele também possui um ciclo de morte e renascimento anual, junto com as colheitas.
Estátua do deus Beowa.


A produção de cerveja

  • Para a produção de cervejas, os grãos de cevada passam por um processo de malteação. Esse processo consiste na indução da germinação dos grãos.
  • A malteação tem como o primeiro estágio é a imersão da cevada em água a 14-18ºC por aproximadamente 48h, até atingir um teor de umidade entre 42-46%. O aumento do teor de umidade permite a germinação do grão, um processo que normalmente leva menos que uma semana a 16-20ºC. As amilases que “quebram” a molécula de amido são produzidas na germinação. Essas enzimas são importantes para o processo de brassagem, que é onde ocorre a conversão dos amidos em açúcares fermentescíveis. 
Processo básico de produção de cerveja.


Cevada (Hordenum vulgare)

  • Origem: Himalaia.
  • Outros nomes: barley (inglês).


Usos medicinais

  • Rica em maltose e fibras solúveis, especialmente β-glucanos, que são eficazes na redução do colesterol sérico, bem como na regulação do nível de glicose no sangue. 
  • Possui propriedades hepatoprotetora, anti-ulcerativa, anti-diabético, antidepressiva, anti-inflamatórias, antilactagogas, diuréticas, antioxidantes, afrodisíacas, antivirais, antiprotozoárias


Correspondências

  • Gênero: Feminino
  • Planeta: Vênus
  • Elemento: Terra
  • Tarot: O Sol, A Imperatriz
  • Energia de prosperidade, amor e energia sexual.


Rituais e feitiços

  • Honra a deuses solares ou com relação com o fogo e a terra;
  • Pode ser usada como bebida ritualística em festivais solares;
  • Se você tiver acesso aos grãos, pode usar em sachês ou em poções;


Cozinha mágica

  • Através da cevada temos a farinha e o produto da germinação artificial dos grãos que é malte, usado na cervejaria. 
  • Também é possível utilizar o seu grão torrado para fazer uma bebida livre de cafeína semelhante ao café.
  • O grão de cevada também pode ser usado em sopas e ensopados.


# As informações aqui não substituem a consulta médica.


Referências

  1. Sinha, A., Meena, A. K., Panda, P., Srivastava, B., Gupta, M. D., & Padhi, M. M. (2012). Phytochemical, pharmacological and therapeutic potential of Hordeum vulgare Linn.-a review. Asian Journal of Research In Chemistry, 5(10), 1303-1308.
  2. Badr, A., Rabey, H. E., Effgen, S., Ibrahim, H. H., Pozzi, C., Rohde, W., & Salamini, F. (2000). On the origin and domestication history of barley (Hordeum vulgare). Molecular biology and evolution, 17(4), 499-510.
  3. Carneiro, D. D. (2010). Estudo computacional da etapa fermentativa da produção de cerveja e proposta de uma estratégia de controle para o processo. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Bibliografia: f. 118-122.
  4. Beowa. Disponível em <https://larhusfyrnsida.com/fundamentals/godu/beowa/> Acessado em: 04/03/2022.
  5. Kathleen Herbert, Looking for the Lost Gods of England, (Anglo-Saxon Books: England).
  6. APSNET. Esporão do Centeio. Disponível em <https://www.apsnet.org/edcenter/disandpath/fungalasco/pdlessons/Pages/ErgotPort.aspx> Acessado em: 04/03/2022.
  7. Mariano, T. O. e Chasin, A. A. Drogas Psicotrópicas e seus efeitos sobre o sistema nervoso central. Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz.
  8. Mark, J. J. (2009). Kykeon. Disponível em <https://www.worldhistory.org/Kykeon/> Acessado em: 04/03/2022.
  9. Askalabos. Disponível em <https://www.theoi.com/Olympios/DemeterWrath.html#Askalabos> Acessado em: 04/03/2022.

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