Herbário

Cravo

Cravo, a flor dos deuses

  • O cravo pertence ao gênero Dianthus, que vem do grego ‘dios’ (divino) e ‘anthos’ (flor).
  • A beleza dessa flor foi comparada a beleza de Zeus. É a segunda flor de corte mais popular no mundo, ficando atrás apenas das rosas.
  • Existe um mito que associa o nome científico da flor (“Dianthus caryophyllus”) a deusa grega Diana. Uma vez a deusa atropeçou em um jovem pastor que tocava flauta. Com raiva ela arranca os olhos do rapaz. Arrependida, onde os olhos do rapaz caíram, cresceram cravos vermelhos como sinal de sangue inocente.
  • Para os coreanos, três cravos colocados no topo da cabeça são uma forma de adivinhação. A flor que murcha primeiro indica qual fase da vida da pessoa conterá sofrimento e sofrimento.


História

  • Para os flamengos da Europa, os cravos vermelhos simbolizavam o amor, e uma espécie de cravo chamado de rosa era tradicionalmente associada a casamentos. É comum ver um cravo na lapela dos noivos e dos padrinhos nos casamentos tradicionais. Na Grécia Antiga, coroas de cravos eram usadas em cerimônias. Na altura do Renascimento, os cravos era um sinônimo de fidelidade matrimonial.
  • A Revolução dos Cravos também conhecida como Revolução de 25 de Abril, refere-se a um evento importante na história de Portugal, ocorrido a 25 de Abril de 1974. Os cravos se tornaram símbolo dessa revolução graças a Dona Celeste Caeiro. O restaurante onde trabalhava não abriu no dia do evento e então ela distribuiu os cravos que estavam na decoração do restaurante para os soldados simbolizando a revolução que não derramou sangue.
  • Segundo uma lenda cristã, os cravos brancos cresceram das lágrimas da Virgem Maria enquanto ela observava Jesus ser crucificado. Foi assim que Cravos brancos passaram a ser associados ao amor de mãe e estar relacionado a Virgem Maria.


Cravos e o dia das mães

  • O dia das mães foi criado por campanha da americana Ana Jarvis após perder a sua mãe em 1905 e ter ficado com depresão. O primeiro dia oficial foi em 26 de abril de 1910 na Virgínia Ocidental.
  • Foi em 1914 que foi unificada a comemoração em todos os estados dos Estados Unidos. O segundo domingo de maio foi sugestão da Ana Jarvis e logo foi aderido por outros países.
  • Anna passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães.
  • Durante a primeira missa das mães, Anna enviou 500 cravos brancos, escolhidos por ela, para a igreja de Grafton. Em um telegrama para a congregação, ela declarou que todos deveriam receber a flor. As mães, em memória do dia, deveriam ganhar dois cravos. Para Anna, a brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza. Durante os anos, Anna enviou mais de 10 mil cravos para a igreja, com o mesmo propósito.Os cravos passaram, posteriormente, a ser comercializados.


Cravo-de-defunto

  • A flor chamada de cravo-de-defunto é da espécie “Cosmos caudatus”.
  • Para os índios do México, eles são as “flores dos mortos”, e suas flores perfumadas são empilhadas em torno de cadáveres sendo preparados para o enterro.
  • Elas formam uma espécie de tapete que guia as almas até o México no chamado Día de Los Muertos.
  • A flor protagoniza uma conhecida história de amor entre Xóchitl e o guerreiro Huitzilin juraram amor eterno, além da morte, na montanha dedicada a Tonatiuh, deus do Sol. Mas Huitzilin morreu em combate e, devastada, Xóchitl pediu aos deuses que também a levassem para o mundo dos mortos. Assim, Tonatiuh deixou cair seus raios sobre a jovem transformando-a numa flor de amarelo intenso, como a luz do Sol. Sobre ela posou um colibri – a reencarnação de Huitzilin -, abrindo suas pétalas e liberando seu aroma. Segundo a lenda, seu amor viverá enquanto houver cravos-de-defunto e colibris nos campos.
Rainha Xóchitl que deu origem ao cravo-de-defunto.


Cravo (Dianthus caryophyllus)

  • Origem: Mediterrâneo e Ásia.
  • Outros nomes: craveiro, flor de Júpiter.
  • Óleo essencial
    • Usado em perfumaria, 500kg de flores produzem 100g de óleo.
    • A análise fitoquímica dessa flor mostrou que ele contém triterpenos, alcalóides, cumaruns, glicosídeo cianogênico, cianidina, pelargonidina, o isossalipurposídeo amarelo, óleo essencial, óleo volátil e muitos outros conteúdos químicos.
  • Usos medicinais
    • Estudos farmacológicos revelaram que a planta possui ação anticâncer, antiviral, antibacteriano, antifúngico, inseticida, repelente, antioxidante, reno-protetor, anestésico e efeitos analgésicos.
    • Uso não é indicado para gestantes, hipertensos e crianças.
  • Usos tradicionais
    • Tratamento de infecções de garganta e gengiva, no tratamento de feridas, como cardiotônico, diaforético, alexitérico, vermífugo e no tratamento de distúrbios gastrointestinais.
    • A planta tradicionalmente usada na China, Japão e Coréia no tratamento de feridas e distúrbios gastrointestinais e várias outras doenças. A planta foi usada como vermífugo na China.
    • Era tradicionalmente prescrito na fitoterapia europeia para tratar distúrbios coronários e nervosos. As flores foram consideradas alexitéricas, antiespasmódicas, cardiotônicas, diaforéticas e nervinas.
    • Por muito tempo, o cravo foi usado como remédio e especiarias. Ele matou uma dor de dente, aplicado como um anti-séptico, dificuldade para respirar e doenças oculares.
    • O óleo essencial de um cravo foi aplicado a melhorar a memória e restaurar forças. Também o óleo foi usado para curar feridas, aliviar tonturas e aumentar o apetite.


Cultivo

  • Ciclo de vida: depende da espécie;
  • Tamanho: 15 a 60 cm;
  • Luz: sol pleno:
  • Substrato: solo bem drenado (1/3 areia e 2/3 orgânico);
  • Água: rega média;
  • Plantio: cravos anuais (início da primavera);
  • Perfumada: Sim;
  • Propagação por estaca (cravos perenes) ou sementes (cravos anuais).
  • Flores de cravo compostas por pétalas de franjas brancas, amarelas, cor-de-rosa ou vermelhas, bem embaladas e com franjas.
  • Essa flor nos trópicos precisa ser cultivada em grandes altitudes. O clima da América do Sul favorece o cultivo de cravos.
  • Existem mais de 300 espécies de cravos e centenas de cultivares.


Correspondências

  • Gênero: Feminino
  • Planeta e signo: Vênus e Júpiter
  • Elemento: Água
  • Tarot: A Imperatriz, A morte, Os enamorados
  • Cravos Verdes: Representam boa sorte e são bastante utilizados na Irlanda em comemoração ao Dia de São Patrício, santo padroeiro da Irlanda.
  • Cravos Vermelhos: Representam força, amor, paixão e vitória de grandes lutas, é o símbolo da Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974 em Portugal.
  • Cravos Rosas: Representam doçura, inocência e amizade.
  • Cravos Brancos: Representam amor maternal e nos Estados Unidos simbolizam as mães que já partiram e estão relacionados a criação do Dia da Mãe por Anna Jarvis.
  • Rituais:
    • Homenagem a mães vivas ou falecidas.
    • Rituais com mortos como oferenda, decorando altares de ancestrais ou caixões funerários.
    • Cerimônias de casamento como símbolo de fidelidade.

# As informações de cultivo e usos medicinais tiveram enfoque na espécie “Dianthus caryophyllus”. Quando foi tratado de outra espécie, foi assinalado.

# As informações aqui não substituem a consulta médica.


Referências

  1. Contando Histórias. Disponível <https://www.contandohistorias.com.br/historias/2006219.php> Acessado em 05/12/2021.
  2. Liz Garden. Disponível em <https://blog.lizgarden.pt/cores-de-cravos-simbolo-revolucao-25-de-abril/> Acessado em 05/12/2021.
  3. Al-Snafi, A. E. (2017). Chemical contents and medical importance of Dianthus caryophyllus-A review. IOSR Journal of Pharmacy, 7(3), 61-71.
  4. Specula. Disponível <https://www.specula.com.br/post/2019/06/24/as-flores-e-a-mitologia> Acessado em 05/12/2021.
  5. Estado de Minas Internacional. Disponível <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/10/31/interna_internacional,1001873/cravos-de-defunto-florescem-no-mexico-para-o-dia-dos-mortos.shtml> Acessado em 05/12/2021.

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